sábado, 28 de agosto de 2010

Jonathas de Andrade

Texto da curadoria
Jonathas de Andrade - Maceió, Brasil, 1982. Vive e trabalha em Recife, Brasil. Em 1971, uma editora publica uma coleção de cartazes baseados no método de educação para adultos, formulado por Paulo Freire, um dos mais revolucionários educadores brasileiros. Na ocasião, a mãe de Jonathas de Andrade compra, em uma banca de revistas, o conjunto de 21 exemplares que usaria na sua prática como professora na rede pública de Alagoas. Em 2006, o artista encontra a coleção entre os pertences da mãe e guarda-a pela beleza e pela nostalgia de um tempo sequer vivido. Agora, o artista retoma os cartazes para, com base na associação de imagens e palavras, encontrar fissuras que o permitam questionar, modificar e inspirar vocabulários subjetivos. Apropriando-se do método Paulo Freire, vai à sala de aula (ou ao Círculo de Cultura, como denominaria o educador) procurando novos alunos e novas associações. Levanta temas relativos ao cotidiano do grupo, discute-os coletivamente, fotografa as suas representações imagéticas e as devolve à classe na forma de cartaz. *_Educação para adultos_ é a conversão desse laboratório em um mural gráfico onde, entre cartazes originais e atualizações, o processo de conhecimento acontece pela desordenada sobreposição de vozes e tempos distintos.

Fala dos assistentes da curadoria em 18/08/2010

O trabalho Educação para adultos está em desenvolvimento para a Bienal. O artista não é pedagogo e não quer “pedagogizar” a obra. Ele refaz a experiência em condições precárias, busca meios de recuperar o discurso freireano. Recria workshops de alfabetização de adultos numa temporalidade distinta, abordando, de forma contemporânea, um discurso moderno. Faz junto, se insere na comunidade para pesquisar palavras e ligá-las ao texto. Jonathas é fotógrafo, certamente, explora a potência da imagem neste trabalho.

Biografia

Jonathas de Andrade nasceu em Recife, onde vive e trabalha. Graduado em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda. UFPE, 2007. Exposições individuais: Ressaca Tropical, Instituto Cultural Banco Real, Recife (2009); Amor e Felicidade no Casamento, Itaú Cultural, São Paulo, Fundação Joaquim Nabuco, Recife, e Instituto Furnas Cultural, Rio de Janeiro (2007-2008). Outros projetos. Condução a deriva; documento latinamerica, projeto em curso desenvolvido com bolsa em artes visuais da Funarte e do Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (2009). Publicação de coleção de fascículos Amor e Felicidade no Casamento, livro de artista em fascículos em parceria com a designer Yana Parente (2008). Recenseamento moral da cidade do Recife, pelo SPA das Artes, Recife; Projeto de intervenção urbana com pesquisa e mapeamento moral da cidade, Recife (2007); Retrato do Inverno Anterior, ação e exposição, no festival de inverno de Garanhuns (2006). Desaparecimento da luz, Spa das Artes, Recife (2006). Instalação no Ed. Western, no bairro Recife Antigo (2006). Atualmente desenvolve o projeto Condução a deriva; documento latinamerica, através de um premio concedido pela Funarte e pelo Salão de Artes Plásticas de Pernambuco (2009).  Fonte: http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/es/jonathas-de-andrade

Trabalha com instalações, ações e fotopesquisas. Participou da 7a Bienal do Mercosul (2009). Realizou exposições individuais no Instituto Itaú Cultural e Galeria Vermelho (São Paulo); Furnas Cultural (Rio de Janeiro); Instituto Cultural Banco Real e Fundação Joaquim Nabuco (Recife). Publicou a coleção Amor e Felicidade no Casamento, em co-autoria com Yana Parente (2008). Em 2009, desenvolveu o projeto Documento Latinamerica – Condução à Deriva, com pesquisa de imersão em países da America do Sul, através de bolsas da Funarte (Rio de Janeiro) e do Salão de Artes Plásticas de Pernambuco. Recebeu o prêmio concurso de videoarte da Fundação Joaquim Nabuco. Atualmente, desenvolve projeto para a 29a Bienal de São Paulo. O artista é representado pela galeria Vermelho (SP).  Fonte: http://www.premiopipa.com.br/?page_id=905

Currículo
http://www.galeriavermelho.com.br/v2/artistas.asp?idioma=pt&estaPagina=curriculo&id_artistas=194
http://www.bienalmercosul.art.br/7bienalmercosul/pt-br/jonathas-de-andrade


Textos críticos
- Jonathas de Andrade olha para utopias fracassadas, por Silas Martí, Folha de S. Paulo, julho de 2010. http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/003164.html
- Artista teve ascensão "rápida e merecida", diz curador da Bienal.  Silas Martí, Folha de S. Paulo, julho de 2010. http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/003165.html

Eu me interesso pela capacidade que ele tem de olhar para o passado, identificar nele projetos utópicos de diversas ordens e tentar entender por que falharam. Ele atualiza e devolve esses projetos com olhar do mundo de hoje. Moacir dos Anjos

- Poética das permanências na moral conjugal, por Júlio Cavani, junho de 2007 http://www.fundaj.gov.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=16&pageCode=857&textCode=8747&date=currentDate

- Exposição Amor e felicidade no casamento - Jonathas de Andrade
http://www.furnas.com.br/espaco_furnas_cultural_32.asp

Jonathas de Andrade extrai de sua vivência profissional com a fotografia as bases de pesquisa que culminam em Amor e felicidade no casamento, adaptação do manual homônimo do psiquiatra alemão Fritz Kahan, que versa sobre um código póstumo - ou nem tanto, segundo sugere a montagem - de relacionamento entre casais. Combinando estética caseira e uma clara menção ao passado, Jonathas dirige atores numa encenação dos pressupostos do livro. "As obras registram o cotidiano de um jovem casal, cujas roupas e ambientes que ocupam remetem a um tempo passado, quando talvez ainda vigorassem idéias assemelhadas às defendidas no livro", comentou o crítico de arte Moacir dos Anjos.
Sobre Educação para adultos (2010):
Jonathas de Andrade na Bienal de São Paulo, blog Olhavê, Junho de 2010 http://www.olhave.com.br/blog/?p=5613

Minha mãe é pedagoga, e me passou um conjunto de cartazes com que trabalhava e que ia se desfazer. São cartazes incríveis, que articulam uma imagem com uma palavra. Desde então, tive muita vontade de trabalhar com eles. Fui ler sobre Paulo Freire e vi que trazia relações com os cartazes de minha mãe, sobre lidar com o universo vocabular de quem aprende e sua própria vida, sobre dimensionar politicamente as próprias ações. A pedido do governo brasileiro, Paulo Freire preparou uma campanha de alfabetização nacional, que foi interrompida pelo golpe militar de 64, que reprimiu a mobilização, e Paulo Freire foi perseguido, preso e exilado. A idéia do projeto “Educação para Adultos”, que estou desenvolvendo para a Bienal, é dar continuidade aos cartazes fotográficos através de uma série de conversas com analfabetos, retomando aspectos da metodologia freireana. Jonathas de Andrade
Ver: Instituto Paulo Freire (IPF) http://www.paulofreire.org/ e Paulo Freire - O mentor da educação para a consciência http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml


Comentário

As descrições sobre o trabalho de Jonathas de Andrade para a 29ª Bienal fornecem poucas pistas sobre o que será apresentado e como. Os trabalhos Amor e Felicidade no Casamento, apresentada em diversos espaços e Ressaca tropical, exibida na 7ª. Bienal do Mercosul assumem a forma de “mural gráfico”, porém, não há garantias de que haverá qualquer semelhança. Muito possivelmente haverá cartazes, imagens antigas, palavras, imagens mais recentes, registros dos workshops. Este conjunto pode ser intrigante, entretanto, há leituras de outra ordem, para quem possui referências sobre a obra de Paulo Freire.



Mesmo sabendo que não se trata de uma abordagem pedagógica, a busca de referências sobre o pensamento e as práticas de Paulo Freire ajuda a compreender esta “utopia fracassada” desperta a atenção do artista. As idéias de Freire vislumbravam um país mais humano, democrático, educado e são reconhecidas no mundo, porém, no Brasil, elas não têm destaque. Elas se ocultam nos fundamentos de muitos projetos educativos importantes e, raramente, recebem o devido crédito. As políticas públicas baseadas nas idéias de Freire ficaram no passado, lá nos anos 60, como uma promessa de um Brasil amplamente alfabetizado, e nunca se concretizaram. Hoje, resta ao país o desafio de encontrar soluções educativas para superar o analfabetismo e alcançar melhores índices de desenvolvimento humano . Colocar este tema em discussão desperta meu interesse e aumenta minhas expectativas sobre o modo de apresentação, a experiência na relação com a obra, as reações do público e os desdobramentos deste trabalho. Por Ana Luisa Nossar.








JONATHAS DE ANDRADE, Maceió (AL), 1982, vive em Recife


Trabalha com instalações fotográficas, ações e pesquisas urbanas.
Principais exposições: 7ª Bienal do Mercosul (2009), Projeto Portifólio no Itaú Cultural (São Paulo), Furnas Cultural (Rio de Janeiro), Instituto Cultural Banco Real (Recife), Fundação Joaquim Nabuco (Recife).
Publicou a coleção Amor e Felicidade no Casamento, em co-autoria com Yana Parente (2008).
Atualmente, desenvolve o projeto “Documento Latinamerica: Condução à Deriva”, com pesquisa de imersão em países da America do Sul, através de bolsas da Funarte (Rio de Janeiro) e do Salão de Artes Plásticas de Pernambuco e participa da 29ª Bienal de São Paulo.


Jonathas de Andrade olha para utopias fracassadas
Silas Martí - Folha de São Paulo

NOSTALGIA MADURA

Em seu primeiro trabalho, Andrade chegou a mofar fotografias digitais, com pão e batata, para descolorir e manchar os "saltos tecnológicos que tiram a expressividade de uma época". Também gravou a obra "4.000 Disparos" em filme super-8.

Mas seu olhar passa ao largo de qualquer tipo de fetiche por essa era perdida.

Não exalta o passado num vazio vintage, tenta, pelo contrário, emprestar desse passado só as marcas de expressão. "Não é como se quisesse só um sabor do perigo daquela época", diz Andrade. "É um amadurecimento dessa visão nostálgica."

Nessa rota madura, sua obra para a 29ª Bienal de São Paulo vai atualizar cartazes para a alfabetização de adultos inventados nos anos 60.

Eram desenhos que ensinavam palavras a partir de imagens. Disso, Andrade pretende extrair uma dimensão política e crítica em relação à época e consciente de seus recursos estéticos.


"É uma forma de dimensionar a vida dessas pessoas, como o que mostra a palavra "barriga" e um menino chorando", conta. "Começa a haver um atrito entre o que está dito e a ideia de realidade."

Matéria por Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de São Paulo em 8 de julho de 2010.
completa: http://www.canalcontemporaneo.art.br/brasa/archives/003164.html 


PROJETO PORTIFÓLIO NO ITAÚ CULTURAL

Fotos envelhecidas com fungos fazem metáfora da memória e da persistência dos valores morais

Dentro do projeto Portfólio, a mostra Amor e Felicidade no Casamento, com imagens de Jonathas de Andrade, tem curadoria do fotógrafo Eduardo Brandão; o trabalho é uma adaptação fotográfica de um manual de moral e bons costumes, da década de 60; e, em uma autêntica manipulação do tempo e da memória, as fotos são submetidas pelo artista a um tratamento com mofo e bolor.

A inspiração do artista parte do manual homônimo de moral e bons costumes, escrito pelo alemão Fritz Kahn, que povoou a sua infância e foi popular entre as famílias brasileiras e de outros países entre as décadas de 60 e 80. Também evoca o acervo do Sr. Macário, um alagoano anônimo, que nos anos 70 registrou exaustivamente cenas de sua família em cromos de 35 mm. As imagens, compostas por personagens criados por Jonathas, foram submetidas a experiências de mofo e bolor em um processo de envelhecimento acelerado. Para cada exposição ele apresenta uma nova seleção de fotos, fruto dessa experiência, articulada com imagens isentas desse processo.

“Observar o acervo do Sr. Macário foi muito importante, pois fiquei arrebatado com aquelas imagens feitas por um amador e envelhecidas pelo mofo”, conta o fotógrafo. “Elas me sugeriram metáforas com a memória e com a moral emperrada, que tenta avançar mas reincide”

Segundo observa Eduardo Brandão, nesta obra, Jonathas de Andrade articula procedimentos artísticos a uma reflexão sobre a dimensão estética e moral da fotografia. “Ao posicionar as questões do livro de Kahn junto ao acervo do Sr. Macário, o artista estabelece correspondências que questionam o status da estética fotográfica e contemporiza as reflexões sobre o moral que o livro provoca.”



ENTREVISTA

Nesta entrevista, Jonathas nos explica um pouco sobre o seu processo em Condução à Deriva e Documento Latinamérica, que tem a América Latina como cenário.


OLHA, VÊ Sobre o tema, “Condução à Deriva”, gostaria de saber sobre as motivações para desenvolver o tema.

JONATHAS DE ANDRADE Em 2002, estive na Argentina. Foi a primeira vez que saí do Brasil para um outro país latinamericano. E cheguei a Buenos Aires no meio de uma crise econômica fortíssima, com as pessoas na rua fazendo panelaços, protestando nas portas dos bancos e se organizando por bairros, em assembléias semanais. Um caos social em estado de preconvulsão revolucionária, uma vivência política que nunca havia experimentado diretamente. Passei a frequentar esses espaços e fui levado a sentir pela primeira vez o que entendi ser uma experiência de latinidade, inédita para mim, como se algo pessoal me aproximasse àquela condição. Entretanto, para um brasileiro como eu, ser latinamericano é uma contingência tão ficcional que mais parte do livro de história que de qualquer estado de espírito. Experimentei voltar ao Brasil adotando a ficção intima de ser latinamericano antes de ser brasileiro, buscando reconhecer mais pistas deste sentimento que me foi provocado e buscando resgatar à tona os comportamentos que ele evocava.

Em 2008, tive contato com a pesquisadora e psicanalista Sueli Rolnyk, que falava de uma idéia de trauma histórico como memória do corpo nas gerações pós-ditatoriais. Fazia muito sentido para mim pensar a apatia e falta de motivação política existentes na minha geração como um ranso de uma época anterior, repleta de repressão e censura à criação política e artística. A geração de meus pais conheceu a atuação política dissidente e de esquerda associada à morte sumária e ao desaparecimento de corpos. O resultado do medo foi a aniquilação da resposta, da alternativa, da tentativa, e de uma série de articulações em vários campos – artes, arquitetura, economia, política, música, academia, etc – que vinham se adensando à época. Um projeto interrompido por via da força.

A partir destes dois encontros, o projeto Condução à Deriva : Documento Latinamerica começa a ser concebido com mais força. Quando fez muito sentido pensar numa idéia de um amnésia histórica, me tomando como célula de um corpo geracional e neste corpo identificar que minhas próprias células poderiam estar adormecidas para reagir e criar novas respostas.

OLHA, VÊ No que consiste o projeto?

JONATHAS DE ANDRADE Propus uma viagem de reconhecimento de território e sentimento por 6 países da américa latina. Através deste trânsito, montar uma coleção de objetos – fotografias e pedaços de vídeos – trazidos de alguma parte desses países, uma coleção de fato de outro tempo, um outro personagem que com suas motivações me presenteia com este tempo anterior a mim. Por via de seus desejos, tateio este território com passos não meus. Esta jornada é tratada com a formalidade de um achado histórico e, com precisão arqueológica, acesso um tempo suspenso, latinamericano, a que todos compartimos e estamos submetidos, no limbo ou na vibração.

OLHA, VÊ O projeto para a Funarte, “Documento Latinamérica”, é diferente do Salão? Existem interseções?

JONATHAS DE ANDRADE Os projetos têm a mesma base conceitual de pesquisa e são frutos do mesmo trânsito. Inicialmente, propus trabalhar diferentes ferramentas para cada um, separando o campo da fotografia e do vídeo. Mas cada vez mais tem feito menos sentido separar meu trabalho nessas categorias. As demandas me trazem necessidades e o trabalho responde de formas muito híbridas a elas. Entretanto, as relações entre o que nele é vídeo e o que nele é fotografia mantêm a dualidade da pesquisa neste corpo do trabalho, e me trazem potência nesta interseção.

OLHA, VÊ Quais foram os países e cidades visitadas?

JONATHAS DE ANDRADE Por enquanto, Argentina, Uruguai, Chile, Bolivia e Peru, e entre as cidades de passagem mais marcante, Buenos Aires, Montevideo, Rosário, Cordoba, Maipu, Mendoza, Santiago, Rancagua, Valdivia, a Ilha de Alao, Valparaiso, San Pedro de Atacama, Uyuni, Potosi, La Paz, Cusco, Lima.

OLHA, VÊ Qual a situação atual do projeto?

JONATHAS DE ANDRADE Planejo mais um mês de viagem e volto pra Recife. Nestas semanas restantes, vou finalizar algumas experiências que já comecei e quando voltar, vou trabalhar no material coletado e entender o destino do projeto. É a segunda fase do projeto e a mais difícil, onde vou despender mais atenção.

OLHA, VÊ Os objetivos foram preestabelecidos ou não? À Deriva foi uma “rota”?

JONATHAS DE ANDRADE Embora houvesse preestabelecido regras, andei a maior parte do tempo fora de rota, bastante perdido, de bússola quebrada. Cheguei a adotar minha sombra como norte, até que vieram outros ajustes, outras coordenadas e magnetismos. Pensei que o desejo iria me orientar, porém muitas vezes ele se diluía na paisagem. E o que sobrava? A paisagem estupenda, esta que tanto acreditei por via da fotografia, diante de mim, se apresentava estéril. Ainda não entendo bem o que significa esta experiência. Talvez o sentimento de pós-guerra; o dar passos entre tempos históricos, sentimentos que incorporei em minha proposta inicial e que de certa maneira possa tê-los vivenciado. Não sei se exatamente falta de emoção, pois ali, o vazio, a dormência, a invisibilidade não tinham nada a ver com tristeza. Eu andei até de certa forma contente. Foi bastante um neutro absoluto, onde experimentei estar a maior parte do tempo inteiramente perdido.

OLHA, VÊ As suas exposições sempre se destacam pela montagem. Você já pensa em algo para mostrar como resultado?

JONATHAS DE ANDRADE A montagem é um trabalho de edição que fixa uma das possibilidades de materializar as relações de um certo conteúdo. É desdobramento do trabalho, mais que conclusão ou objetivo. É mais um lugar de experimentação tanto para o artista quanto para as pessoas que através dela tomam contato com a obra. Mais ou menos como a viagem, ela se faz a partir do equacionamento de hipóteses e proposições com experiência e produtos gerados a partir delas que as reconfiguram e ressignificam. De certa forma, ela está submetida ao mesmo jogo de inversão entre cavalo e cavaleiro, entre conduzir e ser conduzido que permeia, organiza e desorganiza a viagem. Acredito que preciso concluir esta etapa do projeto para pensar com mais clareza em possibilidades de montagem.
Contexto

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