sexta-feira, 27 de agosto de 2010

C.A.D.A - Colectivo de Acciones de Arte

Fernando Balcells, Diamela Eltit, Raúl Zurita, Lotty Rosenfeld e Juan Castillo.

Santiago do Chile, Chile, 1979-1983.

TEXTO CURATORIAL:
O CADA foi um grupo ativista de artistas chilenos e um dos mais expressivos protagonistas do movimento _escena avanzada_, no período pós golpe militar de 11 de setembro de 1973 naquele país. Constituído por sociólogos, escritores, poetas e artistas plásticos, entendia a arte como forma de resistência política e como prática programática que erradicava a distância entre o artista e o espectador. Desejando fundir arte e vida, investiu em uma ideia de audiência aberta e espontânea. As suas performances questionavam as práticas institucionalizadas, intervinham no cotidiano e cogitavam interromper e alterar as rotinas normalizadas da vida urbana. As suas ações subversivas pretendiam descontextualizar e reestruturar os comportamentos, os lugares e os símbolos na conjuntura ditatorial chilena. *_Para no morir de hambre en la arte_ é parte da primeira ação do CADA e reclama pela memória da política de Salvador Allende de distribuição de leite pela população. _!Ay Sudamérica!_ caracterizou-se pela emissão aérea de frases subversivas e _No +_ foi a expressão grafitada nas paredes pelo grupo e posteriormente completada com palavras de ordem anônimas.*


TEXTO DO SITE Hemispheric Institute:
O Colectivo de Acciones de Arte (Coletivo de Ações de Arte), ou CADA, foi um grupo de artistas ativistas chilenos que usou a performance entre 1979 e 1985 para desafiar a ditadura Pinochet no Chile. Um dos mais importantes colaboradores da "Escena Avanzada", o CADA utilizou estratégias de teatralidade e performance como um elemento essencial para todas as suas "ações de arte" enquanto questionava as práticas e as instituições de toda a política e concebendo arte como uma prática social necessária que erradicasse a distância tradicional entre o artista e o espectador. Compromissado com a fundação de uma prática de platéia aberta e espontânea, suas "intervenções na vida cotidiana" tinham como intenção interromper e alterar as rotinas normalizadas da vida diária urbana do cidadão através de uma subversão semiótica que descontextualizasse e re-estruturasse semânticamente os comportamentos, os locais e os sinais urbanos.



TEXTO DO SITE Memoria Chilena:
"Crisis en el arte y resistencia política"

Tras el Golpe de Estado de 1973, la actividad artística en Chile vivió un quiebre quizás tan dramático como el sufrido por la vida republicana de nuestro país, no tan solo por las consecuencias directas que muchos actores de la escena creativa sufrieron en carne propia –cárcel, exilio, exoneración de sus puestos de trabajo-, sino por la profunda ruptura en el desarrollo de las diversas expresiones culturales que hasta ese momento convivían en Chile.

La instauración de un régimen autoritario, limitó no sólo las posibilidades de continuar los caminos abiertos anteriormente, sino que operó como un factor que inhibió las nuevas manifestaciones expresivas, sumiendo a gran parte del campo artístico nacional en prácticas y lógicas discursivas de resistencia, en las que el elemento predominante era la funcionalidad del discurso artístico en el contexto de las políticas opositoras al régimen militar.

Signado por estas condicionantes, surgió en 1979 el Colectivo Acciones de Arte (CADA), situado por Nelly Richard como parte integrante de la “escena de avanzada”. Formado por el sociólogo Fernando Balcells, la escritora Diamela Eltit, el poeta Raúl Zurita y los artistas visuales Lotty Rosenfeld y Juan Castillo, el CADA es tal vez la más nítida expresión de las contradicciones experimentadas al interior del campo artístico chileno, constituyéndose en el principal síntoma de la dislocación producida por el Golpe de Estado en el carácter modernizador y modernizante que caracterizó, hasta 1973, el desarrollo del arte chileno.

En el accionar del CADA confluyeron dos elementos centrales: la necesidad de renovación teórica y práctica del quehacer artístico nacional, vinculándolo a las corrientes neovanguardistas mundiales; y la urgencia de resituar este quehacer sobre la fusión de arte y vida, entendida esta fusión como sustento programático que se expresaba en las acciones realizadas por el colectivo.

Asimismo, el carácter político del CADA queda de manifiesto en la doble negación de muchas de sus intervenciones, que buscan simultáneamente operar como disidencia al interior de los discursos artísticos y como expresión opositora en el campo político nacional. Junto con negar la institucionalidad artística preexistente, el CADA rechaza la institucionalidad sistémica del régimen militar y, más profundamente, las bases económicas y sociales que lo sustentan.

A pesar de su corta vida, el CADA marca un punto de inflexión en el desarrollo del arte chileno, ya que en su accionar se materializa –aún cuando sea con ambivalencias- no sólo el viejo reclamo que busca derribar los muros que separan el quehacer del artista del quehacer del cuerpo social, como queda en evidencia cuando señalan, en uno de sus escritos: “cada hombre que trabaja por la ampliación, aunque sea mental, de sus espacios de vida, es un artista”. También marcan el momento en que se intenta pasar de la simple lógica de resistencia –como estrategia artística imperante hasta ese momento- a la reivindicación político-programática, propia de las vanguardias.



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OUTROS LINKS:


Bienal do Chile


ENTREVISTA:

A artista chilena Lotty Rosenfeld, que pertencia ao grupo CADA, respondeu algumas perguntas por e-mail!:

Bárbara Ariola: O Grupo CADA com suas performances e execuções, fez com que muitas pessoas prestassem mais atenção a situação política do Chile naquela época. Um símbolo disso era o NO+ que se adaptou a diversas manifestações. O que você pensa quando o viu tendo efeito? Fez a diferença nos tempos de repressão?


Lotty Rosenfeld: Quando o NO+ foi se registrando pela cidade mostrou a realidade de supertinência e sua materialização em um espaço coletivo. Esse processo de massificação do signo colocou o CADA em uma esfera vibrante e, por suas vez, mostrou que esse signo do CADA circulava e pertencia a um aparato social. Como signo social formou parte das práticas ativas contra a ditadura.

BA: O governo ditador estava preocupado com algum tipo de intervenção do grupo?

LR: Não do grupo em particular, mas do conjunto de movimentos que puderam apelar a respostas antiditatoriais.

BA: A 29ª edição da Bienal de São Paulo tem como tema Arte e Política. Os movimentos do CADA são claramente políticos, coincidindo-os. Apesar de ser uma exposição de Arte Contemporânea e o Chile não ser mais uma ditadura, é importante resgatar à todos aqueles tempos e como a Arte pode atuar. Diga sua opinião sobre a importância de levar esses temas a tona numa exposição de Arte Contemporânea:

LR: O CADA é uma memória da relação entre Arte e Política porque pôs em circulação uma poética de resistência na cidade, que mobilizou e se expandiu de uma maneira rizomática. Nesse sentido pensamos que o CADA em sua articulação, reúne estéticas diversas que em seu conjunto contam não só de um passado recente – a ditadura chilena – mas também põe em manifesto a relevância dos coletivos.

BA: Como você acha que poderiam mediar as performances do CADA para o público? E para as crianças e os adolescentes?

LR: Esse será um trabalho pedagógico que os especialistas deveriam fazer.

BA: Conhece algum grupo atual (chilenos ou não) que atuam de maneira similar que o CADA?

LR: Neste momento a Arte está envolvida por um mercado regido de fatores econômicos provenientes de um modelo neoliberal. Porém, há de se esperar.

BA: O trabalho que você faz segue a mesma ideologia do CADA?

LR: Assim é, eu diria que é minha grande referência. O modo em que intervenho na cidade é bastante específico, trabalho sobre uma economia política dos signos em um contexto de violência, de censura e de repressão (que através dos anos se manifesta de diversas formas tanto no Chile como no exterior). Eu faço um gesto radical que significa transformar o que poderia parecer (metaforicamente) um caminho traçado, é um gesto de desprezo que diz não a um caminho traçado singularmente a um caminho pré-determinado.

BA: Por último, o que você gostaria que as pessoas refletissem sobre as ações do grupo CADA, a Arte-Vida na 29ª Bienal? Especialmente para os jovens que não viveram a época das ditaduras na América Latina, qual a importância de viver essa memória?

LR: O encontro da obra CADA com o público deve gerar suas próprias relações e suas conexões particulares. É evidente que os jovens irão compreender essa obra porque recorre aos signos do desconforto e da manifestação. Esse desconforto e essas manifestações estão completamente vigentes em diversos aspectos das sociedades atuais. A memória é relembrar momentos e situações, a latência repetição da violência que se desencadeia diante da ganância por concentrar e acumular capital a custa do sofrimento da unidade social.

.Contexto histórico.

- Pós Segunda Guerra Mundial: Grande desenvolvimento econômico chileno, calcado na exportação de minérios/ Desenvolvimento do Parque Industrial  Exploração Norte-americana
- Década de 60: Consolidação política  Os partidos se dividiam entre aqueles que buscavam uma revolução inspirada em Cuba e os outros que se baseavam nas vias democrático-partidárias.
- Eduardo Frei, presidente em exercício, não atinge as metas esperadas e causa descontentamento.
- SALVADOR ALLENDE, socialista, é eleito democraticamente  Política de nacionalização das empresas (despertam a desconfiança dos norte-americanos).
- Crise do cobre – Material representava grande parcela da economia chilena
- EUA + conservadores – Manifestações contrárias ao governo
- 1973: Golpe das forças armadas - PINOCHET e a ditadura chilena.
- Grupos de resistência contra as repressões criminosas, torturas e assassinatos.
50 mil mortos/ 100 mil presos sem julgamento/ 22 mil alunos expulsos de universidades/ 150 mil exilados
- Os direitos conquistados através da reforma de Allende são suspensos:
Liberdade política/ Liberdade de expressão e de imprensa/ Programas sociais para a infância/ Direito a educação universitária/ Reforma agrária/ sindicatos/ política de privatização da iniciativa artística/ etc.

.NO +.  
A ação foi uma resposta à comemoração dos dez anos da ditadura no Chile. A frase “não +” foi pintada nos muros da cidade – um gesto proibido sob o regime militar- e acabou se tornando um proclamação de insubordinação por parte dos cidadãos contra o regime. O sentido aberto da frase foi então respondido pela cidade com grafites anônimos, denotando um senso coletivo em que a  questão da autoria acabou se tornando praticamente irrelevante.


 
"As ações promovidas pelo coletivo C.A.D.A trazem a discussão que se faz necessária ao analisarmos em quais âmbitos estão inseridos a arte e a política em suas semelhanças e diferenças. Como avaliar se algo é puramente artístico ou político? Podem essas duas áreas coexistirem? É correto pré definir limites para “onde uma acaba e a outra começa”? Na 29ª Bienal serão apresentados os registros desses atos, que, conceitualmente, trazem essa idéia de resistência ideológica muito forte mas que, no entanto, não compartilham do mesmo resultado quanto a sua estética. De qualquer forma, acredito que a importância de tais ações se dá pela denuncia de uma urgência na junção entre arte e vida (cotidiano e consciência social). " Bianca Selofite

(Editado por Bianca Selofite em 31/08/2010)

Um comentário:

  1. muito mais politicaje que cultura e arte como identidad Cultural do Chile,faltam POLITICAS PÚBLICAS DE UMA IDENTIDAD CULTURAL SOBERANA,, VISTO QUE EXISTE UM EXTRAJERISMO CULTURAL DOMINANTE EN MANOS DE UM PAR DE CURA-DOLORES EN VEZ DE CURADORES PORQUE LO QUE ASSISITIMOS FAZ NAOS É OS MESMOS E VELHOS OPORTUNISTA DE TODOS OS GOBERNOS ALI ESTA O IN-JUSTO Y MELLADO APITUTADO DE NOVO,,, ESTO É CHULO

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